
Simão Ribeiro defende encerramento dos dois aterros sanitários em Lustosa
“NÃO HÁ DINHEIRO QUE PAGUE A FALTA DE QUALIDADE DE VIDA DAS POPULAÇÕES”, DIZ O CANDIDATO
O candidato da Coligação Acreditar Lousada à presidência da Câmara Municipal, Simão Ribeiro, defendeu a urgência do encerramento dos aterros sanitários da RIMA e da Ambisousa, na freguesia de Lustosa.
Simão Ribeiro, que falava num debate entre os cinco candidatos à presidência do Município, promovido pelo jornal Verdadeiro Olhar, afirmou que “é mais do que hora de ambos os aterros serem encerrados”, acrescentando que “não há dinheiro que pague a falta de qualidade de vida das populações de Lustosa, Barrosa Santo Estevão e Sousela, devido à falta de qualidade do ar, aos lixos que constantemente caem no rio Mezio e ao prejuízo de toda a fauna e flora que existe nos lençóis freáticos e naquele rio em concreto”.
Confrontado com as garantias do atual presidente da Câmara Municipal de Lousada, Pedro Machado, de selagem, a curto prazo, de uma parte do aterro sanitário da Ambisousa, Simão Ribeiro lamentou que estas promessas “surjam sempre em final de mandato, dizendo que após as eleições é que vai ser”.
“Já começa a ser difícil levar a sério este tipo de posicionamento relativamente a quem gere os destinos do município”, acrescentou o candidato da Coligação Acreditar Lousada, lembrando a existência de “vários relatórios que apontam para deficiências estruturais no aterro da Ambisousa, nomeadamente ao nível da permeabilidade face aos solos e aos lençóis freáticos”.
Por outro lado, confrontado com a polémica suscitada, em 2020, com o depósito de resíduos de Itália no aterro da RIMA, em Lustosa, Simão Ribeiro sublinhou que permanece desconhecida a real proveniência e as características dos mesmos.
O candidato lembrou que a RIMA recusou fornecer, à comissão independente criada para acompanhar este caso, as guias de transporte dos resíduos, bem como os resultados das análises realizadas.
Para Simão Ribeiro, “a importação de lixos não é um modelo de negócio compatível com a política ambiental do município”, razão pela qual defendeu uma mudança radical de paradigma.
O candidato da Coligação Acreditar Lousada lembrou, ainda, que o atual presidente da Câmara e candidato do Partido Socialista “tem um passado em relação a este aterro”, visto que “participou, enquanto jurista da autarquia, no seu licenciamento” e, mais tarde, já como vereador do Ambiente, “na evolução daquilo que foi a correlação dos dois aterros”.
“O que acontece aqui é que foi criado o clima perfeito para que as culpas de tudo o que se possa passar de menos normal na RIMA sejam sempre atribuídas ao aterro da Ambisousa”, acrescentou.
Simão Ribeiro lembrou, ainda, que a Câmara Municipal de Lousada tem uma participação financeira na RIMA, embora pequena, e que o vereador do Ambiente integra o respetivo Conselho de Administração.
“Isto faz com que a RIMA, sendo um aterro quase totalmente privado, passe a ter um cariz misto e, dessa forma, tenha uma possibilidade de licenciamento, quer junto da APA quer da CCDRN, muito mais facilitado”, realçou.